Quem são Rolling Stones, U2 ou Teatro Mágico? A banda responsável pelo maior show da minha vida foi a ISOLDINA! Venho trabalhando com essa turma na direção de palco e preparação corporal, juntamente com a equipe da Val Tinoco (uma megaexperiente produtora musical), Carol Ghelli (cantora talentosa e fonoaudióloga dedicada), Rodrigo Fraga (com seus figurinos super criativos) e Fernando Pacheco (artista plástico que dispensa comentário). Mas não é por isso que idolatro esse show. Coloquei esse título porque faz muito tempo que não vejo uma energia tão contagiante vindo de uma banda como pude presenciar nesse dia primeiro de setembro. Tudo foi emocionante.
Mas para contar essa história, tenho que começar horas antes quando filmava e já estava atrasado para o show. Eu tinha combinando que ligaria para Val quando estivesse chegando a Sete Lagoas. Lá teria uma van para me levar para o local. Confiando nisso eu não peguei o endereço de nada. Só que foi aí que começou a complicação. A banda estava num paraíso chamado “Águas do Treme” (nome que vim saber só depois), onde não pega sinal de celular.
Perguntei para dez taxistas se eles sabiam de alguma coisa acontecendo por perto da cidade. Recebi sete “não!”, dois “sei lá!” e um “não sei não, sô!” Foi foda! Mas aí eu tive a brilhante idéia de encontrar uma lan house para entrar no site da empresa patrocinadora do evento. No site não tinha informação. Quando já caminhava cabisbaixo pensando o que ia fazer com as sete lagoas daquele interior, um bip despertou no meu celular. Uma mensagem: NÃO SAIA DAÍ! UMA VAN ACABA DE SAIR PRA TE PEGAR! Deus existe! Mas ainda eu estava ansioso porque já eram 21:20 e a banda já devia ter subido no palco.
Tomei um chopp escuro na rodoviária e busquei me distrair olhando para uma TV que transmitia sei lá o quê. Cada minuto parecia horas. Foi quando eu recebo uma ligação do Cesar (sócio da Val) que caminhando rápido pela rodoviária, me perguntava onde eu estava. Corremos para a van e no caminho tentamos nos distrair com assuntos de bastidores do mundo artístico. Mal chegamos lá e eu saltei em direção ao show. Uma recepcionista tentou me impedir, mas o Cesar voou na frente dela gritando: Ele é da ISOLDINA! Ele é da ISOLDINA!
Joguei a minha bolsa para a recepcionista enquanto me jogava no meio daquela energia contagiante. E era tão contagiante que em menos de vinte segundos já ouvia o Ramyan e o Ramaya (filhos do Marcos e da Zigma e também patrocinadores da banda) me agradecendo pelo meu trabalho. E em troca eu agradecia pelo valor que eles deram para a banda. Também veio a Val (um anjo em forma de gente) me dar um grande abraço, e quando assusto já estou abraçado com o André (vocalista da banda) que veio cantar do meu lado. Mais tarde veio também o Alex (compositor e o outro vocalista) para um cumprimento bem rock’n’roll e ainda pude ver o Marcelo (baixista) fazendo um sinal de positivo lá no palco.
Confesso que dancei, cantei, pulei, gritei e me emocionei com as oito músicas que ainda tive tempo de ouvir e principalmente com o fechamento do show ao som de "Somos assim". Que energia! O André alcançando notas tão altas que parecia chegar a outra galáxia. Alex cantando com a energia alquimista que transforma silêncio em ouro. O Marcelo adestrando seu contrabaixo para fazê-lo tocar sozinho. O Alexandre pisando na caixa de som para fazer a sua guitarra chorar. O Rafa com a emoção na flor da pele que dá choque na própria eletricidade musical e o prodígio menino Rudigo mostrando como se toca uma bateria como gente gigante!
Esse foi o primeiro show com a nova cara da banda. E pensar que tudo começou com uma turma de atrevidos que só tinham a pretensão de fazer músicas para eles ouvirem. Agora, eu espero que eles tenham a certeza de que, se o mundo não acabar amanhã, eles vão metralhar o ouvido desse planeta com um som pop-rock envolvente e inteligente. O primeiro CD com músicas próprias já vai sair em outubro. O site já está quase pronto. No fim do ano já tem show para mais de sete mil pessoas. A competência da Val e da sua equipe é infalível. A simplicidade e humildade desses músicos, com a graça de Deus, nunca será perdida. E o coração de todos nós que estamos envolvidos, batem o mesmo ritmo musical. É com muito orgulho que eu já me sinto membro mais que afetivo dessa família da pesada. E ela se chama ISOLDINA!!!!!!!!