Apenas uma Lenda?

Um dia eu contei uma história para minha amiga Dani, e ela pediu para eu escrevê-la aqui: Era uma vez um menino que tinha como sina assinar o abstrato da arte em tudo que vivia. Com seus cinco anos de idade, seu avô, homem simples do Norte de Minas, fazia teatros de bonecos somente para ele. A sala era o teatro. O palco, uma caixa de sapatos sem fundo. Os atores, alguns bonecos com rostos expressivos e corpos molengos. As histórias, na maioria das vezes, eram de Guimarães Rosa.

Trechos de Grande Sertão, Sagarana, Corpo de Baile saltavam na frente desse menino através dos bonecos que tomavam forma de Riobaldo, Diadorim, Sarapalha, Francolim e Burrinho Pedrês. Tudo era lúdico, mágico e profundamente humano. Pena que esse espetáculo só existiu até o dia em que esse netinho fez seis anos de idade, porque logo depois o seu avô morreu. Os bonecos já não tinham a mesma graça, o mundo já não era tão mágico e a dor da perda se apresentou pela primeira vez naquele coraçãozinho desiludido.

Depois disso o tempo passou, esse menino cresceu e seguiu outros caminhos. Mas o estranho abstrato da arte sempre batia em sua porta em formato de amigos que o chamavam para interpretar num teatrinho amador, escola que o obrigava a representar personagens de livros e um grupo de teatro bem “Cara de Pau” com uma amiga e atriz que praticamente o levou amarrado para completar a trupe que posteriormente ganharia um festival de teatro amador.

Devido a tantas insistências do acaso e desconfiado de ser a vítima de uma sina, esse menino já crescido resolveu aceitar a arte que estava plantada pela semente do inexplicável e reapresentada pela figura do seu avô, que agia como aqueles atletas que correm, passam o bastão e gritam: Siga o seu caminho e salte todos os obstáculos. Mesmo que você caia, se levante! E quando se levantar, continue! E quando continuar, sinta, viva e desvende o seu destino até chegar na reta final de um novo começo.

Realmente é o que esse homem anda fazendo. Ele segue a vida contando histórias para ver na platéia aqueles momentos emocionados, alegres, vivos e humanos que seu avô um dia lhe apresentou. E me parece que essa pequena lenda é verdadeira, pois um dia esse homem se viu diante de uma caixa cheia de fotos e se deparou com uma fotografia antiga e sem negativo de seu avô fazendo uma despretensiosa apresentação de bonecos para um grupinho de crianças lá em Chapada do Norte.

Esse homem deixa uma lágrima cair de seu olhar bem em cima de uma informação que estava na foto e que marcaria aquele momento como a certeza da profecia. A data da fotografia é o mesmo mês e ano que ele nasceu. Aquela imagem, mesmo vinda de longe, representa a sua lembrança congelada e que nasceu junto com ele. Por isso, hoje, esse homem-menino carrega consigo essa foto como talismã para transformar perda em força, arte em vida e provar para os céticos que o acaso só existe se for na forma de uma sina.


Museu Casa Guimarães Rosa

NOTA!

O cigarro de fumaça impalpável e brasa colorida,
que se afunda a si mesmo num cinzeiro,
será um poeta?...

Guimarães Rosa

DICA!

CINEMA PARADISO

A história que eu escrevi acima me lembra muito o filme Cinema Paradiso. Esse filme nos permite acreditar que seguir os nossos corações e acreditar em nossos sonhos e paixões pode nos dar uma vida mais plena tanto no espírito como na matéria.

"A trama começa com o menino Totó, numa Itália abalada pela guerra. Órfão de pai, vivendo apenas sob a tutela da mãe, Totó é um amante da sétima arte. Nessas idas e vindas ao Cine Paradiso, Totó acaba, por vias tortas, tornando-se amigo do projecionista Alfredo e sacia seu desejo de poder assistir aos filmes da cabine de projeção. Alfredo por sua vez, além de artífice dos sonhos como projecionista do cinema, torna-se também um segundo pai para o menino. Procura orientá-lo e ensina os procedimentos do trabalho que exerce para o garoto. Há situações que fazem com que eles se tornem ainda mais próximos, como quando Totó ajuda Alfredo a aprender a ler e escrever ou ainda, quando o Paradiso pega fogo. O incêndio acaba fazendo com que Alfredo fique cego e, que Totó torne-se o novo projecionista do cinema local."

O resumo acima é do site:

www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=34

OUTRA DICA!


A banda ISOLDINA toca no Hard Rock Café
Dia 29/09 às 21h

R. Senador Milton Campos, 155 - Nova Lima - Belo Horizonte - MG
Tel: (31) 3011-9511

MAIS OUTRA DICA!


A minha amiga e cantora Carol Ghelli apresenta o programa:
SÓ NA SAPATILHA

Um programa pra quem quer saber um pouco mais sobre a história da Bossa Nova, Samba, Samba Rock e curtir músicas que vão lhe fazer sacudir!!!

Acessem: www.delaswebradio.com.br

Todo sábado às 15h.

O Maior Show da Minha Vida

Quem são Rolling Stones, U2 ou Teatro Mágico? A banda responsável pelo maior show da minha vida foi a ISOLDINA! Venho trabalhando com essa turma na direção de palco e preparação corporal, juntamente com a equipe da Val Tinoco (uma megaexperiente produtora musical), Carol Ghelli (cantora talentosa e fonoaudióloga dedicada), Rodrigo Fraga (com seus figurinos super criativos) e Fernando Pacheco (artista plástico que dispensa comentário). Mas não é por isso que idolatro esse show. Coloquei esse título porque faz muito tempo que não vejo uma energia tão contagiante vindo de uma banda como pude presenciar nesse dia primeiro de setembro. Tudo foi emocionante.

Mas para contar essa história, tenho que começar horas antes quando filmava e já estava atrasado para o show. Eu tinha combinando que ligaria para Val quando estivesse chegando a Sete Lagoas. Lá teria uma van para me levar para o local. Confiando nisso eu não peguei o endereço de nada. Só que foi aí que começou a complicação. A banda estava num paraíso chamado “Águas do Treme” (nome que vim saber só depois), onde não pega sinal de celular.

Perguntei para dez taxistas se eles sabiam de alguma coisa acontecendo por perto da cidade. Recebi sete “não!”, dois “sei lá!” e um “não sei não, sô!” Foi foda! Mas aí eu tive a brilhante idéia de encontrar uma lan house para entrar no site da empresa patrocinadora do evento. No site não tinha informação. Quando já caminhava cabisbaixo pensando o que ia fazer com as sete lagoas daquele interior, um bip despertou no meu celular. Uma mensagem: NÃO SAIA DAÍ! UMA VAN ACABA DE SAIR PRA TE PEGAR! Deus existe! Mas ainda eu estava ansioso porque já eram 21:20 e a banda já devia ter subido no palco.

Tomei um chopp escuro na rodoviária e busquei me distrair olhando para uma TV que transmitia sei lá o quê. Cada minuto parecia horas. Foi quando eu recebo uma ligação do Cesar (sócio da Val) que caminhando rápido pela rodoviária, me perguntava onde eu estava. Corremos para a van e no caminho tentamos nos distrair com assuntos de bastidores do mundo artístico. Mal chegamos lá e eu saltei em direção ao show. Uma recepcionista tentou me impedir, mas o Cesar voou na frente dela gritando: Ele é da ISOLDINA! Ele é da ISOLDINA!

Joguei a minha bolsa para a recepcionista enquanto me jogava no meio daquela energia contagiante. E era tão contagiante que em menos de vinte segundos já ouvia o Ramyan e o Ramaya (filhos do Marcos e da Zigma e também patrocinadores da banda) me agradecendo pelo meu trabalho. E em troca eu agradecia pelo valor que eles deram para a banda. Também veio a Val (um anjo em forma de gente) me dar um grande abraço, e quando assusto já estou abraçado com o André (vocalista da banda) que veio cantar do meu lado. Mais tarde veio também o Alex (compositor e o outro vocalista) para um cumprimento bem rock’n’roll e ainda pude ver o Marcelo (baixista) fazendo um sinal de positivo lá no palco.

Confesso que dancei, cantei, pulei, gritei e me emocionei com as oito músicas que ainda tive tempo de ouvir e principalmente com o fechamento do show ao som de "Somos assim". Que energia! O André alcançando notas tão altas que parecia chegar a outra galáxia. Alex cantando com a energia alquimista que transforma silêncio em ouro. O Marcelo adestrando seu contrabaixo para fazê-lo tocar sozinho. O Alexandre pisando na caixa de som para fazer a sua guitarra chorar. O Rafa com a emoção na flor da pele que dá choque na própria eletricidade musical e o prodígio menino Rudigo mostrando como se toca uma bateria como gente gigante!

Esse foi o primeiro show com a nova cara da banda. E pensar que tudo começou com uma turma de atrevidos que só tinham a pretensão de fazer músicas para eles ouvirem. Agora, eu espero que eles tenham a certeza de que, se o mundo não acabar amanhã, eles vão metralhar o ouvido desse planeta com um som pop-rock envolvente e inteligente. O primeiro CD com músicas próprias já vai sair em outubro. O site já está quase pronto. No fim do ano já tem show para mais de sete mil pessoas. A competência da Val e da sua equipe é infalível. A simplicidade e humildade desses músicos, com a graça de Deus, nunca será perdida. E o coração de todos nós que estamos envolvidos, batem o mesmo ritmo musical. É com muito orgulho que eu já me sinto membro mais que afetivo dessa família da pesada. E ela se chama ISOLDINA!!!!!!!!

ISOLDINA no show do dia 1/9 e bastidores no dia 2/9





NOTA!


A minha amiga Nienna e sua banda VORTICIS fizeram no dia 08/09 um grande show no "Festival Rock Nova Geração" no palco do "Lapa" e ganharam o direito, mais do que justo, de tocar em um grande evento que acontecerá ainda nesse ano.

Ni, tudo que você busca é ouvindo o seu coração. Por isso que você recebe de volta um sucesso sincero, duradouro e que vai sempre lhe completar. Eu acredito que esse é o sucesso verdadeiro. Parabénssssss!!!!! Foi super emocionante e obrigado por ter encharcado a minha camisa de tanto chorar. Encharque sempre as minhas camisas com choros de alegria! E depois me conta como foi a comemoração!
Beijos na alma

OUTRA NOTA!

Algumas vezes aparecem umas campanhas publicitárias bem inteligentes. Essa esteve nos outdoors somente com uma frase assim: "Na sua vida você é passageiro ou motorista?"