Numa conversa com Stênio (ator de teatro, cinema e TV que atualmente está numa série chamada Carga Pesada), comentávamos sobre um programa no Canal Brasil que gravou uma homenagem sobre a sua vida. Falávamos, mais propriamente, sobre um momento em que ele se declarou um homem sem um pingo de personalidade. Eu sei que numa primeira lida isso causa um impacto até negativo. Mas depois que cai a ficha, a coisa muda.
Pelo menos comigo foi assim. Porque, horas depois, eu pude ver, claramente, um monte de americanos contando seus dólares e gritando: “Eita dinheirim que manda no mundo e é cheio de personalidade!” Homens-bomba com os dizeres nas camisas: “Deus nos deu personalidade!” E explodindo as torres gêmeas. Amigos, familiares e casais que se amam, mas que deixarão o tempo destruir esse sentimento porque são cheios de personalidades. Vejo também um funcionário preocupadíssimo em superar o outro, patrão ávido pra mostrar o seu poder, pessoas se "achando" por trabalharem numa grande empresa, outras querendo ser celebridades ou terem o carro do ano. Cansado de ver tanto desperdício de vida, tive vontade de me sentar no meio-fio, mas provavelmente ele ia gritar: “Ei! Sai de cima de mim porque eu sou um meio-fio repleto de personalidade!”
Então, para me salvar, foquei a minha atenção no dono dessa reflexão. E foi quando eu vi o Stênio com a sua linda falta de personalidade, seguindo as palavras do seu coração sem ser torturado pela mágoa ou pelo orgulho. Ouvindo outras idéias e opiniões sem precisar provar que a sua é a melhor, errando sem culpa e acertando sem se tornar prisioneiro dos elogios. Perdoando e sendo perdoado como quem sabe se dar ou doar uma segunda chance. Até uma terceira se for importante. E ainda tendo a grande coragem de declarar a salvação do novo milênio ao dizer num programa de TV: EU SOU UM HOMEM SEM UM PINGO DE PERSONALIDADE!
Pena que a maioria das pessoas estava ocupadíssima lustrando aquilo que começa com P (e já até cansei de escrever aqui) e não conseguiu ouvi-lo. Enquanto isso, Stênio Garcia, esse Operário da Alma, traça o seu caminho. Caminha com a coragem de quem sabe viver, se desviando das bombas, orgulhos, vaidades, invejas, choros e injustiças para encontrar alguma coisa que tem muito mais valor pra sua existência. E, com certeza, ele segue pensado consigo mesmo: “Eu estou realmente de bem com a vida.” Salve Stênio! O sábio da modernidade!
Pelo menos comigo foi assim. Porque, horas depois, eu pude ver, claramente, um monte de americanos contando seus dólares e gritando: “Eita dinheirim que manda no mundo e é cheio de personalidade!” Homens-bomba com os dizeres nas camisas: “Deus nos deu personalidade!” E explodindo as torres gêmeas. Amigos, familiares e casais que se amam, mas que deixarão o tempo destruir esse sentimento porque são cheios de personalidades. Vejo também um funcionário preocupadíssimo em superar o outro, patrão ávido pra mostrar o seu poder, pessoas se "achando" por trabalharem numa grande empresa, outras querendo ser celebridades ou terem o carro do ano. Cansado de ver tanto desperdício de vida, tive vontade de me sentar no meio-fio, mas provavelmente ele ia gritar: “Ei! Sai de cima de mim porque eu sou um meio-fio repleto de personalidade!”
Então, para me salvar, foquei a minha atenção no dono dessa reflexão. E foi quando eu vi o Stênio com a sua linda falta de personalidade, seguindo as palavras do seu coração sem ser torturado pela mágoa ou pelo orgulho. Ouvindo outras idéias e opiniões sem precisar provar que a sua é a melhor, errando sem culpa e acertando sem se tornar prisioneiro dos elogios. Perdoando e sendo perdoado como quem sabe se dar ou doar uma segunda chance. Até uma terceira se for importante. E ainda tendo a grande coragem de declarar a salvação do novo milênio ao dizer num programa de TV: EU SOU UM HOMEM SEM UM PINGO DE PERSONALIDADE!
Pena que a maioria das pessoas estava ocupadíssima lustrando aquilo que começa com P (e já até cansei de escrever aqui) e não conseguiu ouvi-lo. Enquanto isso, Stênio Garcia, esse Operário da Alma, traça o seu caminho. Caminha com a coragem de quem sabe viver, se desviando das bombas, orgulhos, vaidades, invejas, choros e injustiças para encontrar alguma coisa que tem muito mais valor pra sua existência. E, com certeza, ele segue pensado consigo mesmo: “Eu estou realmente de bem com a vida.” Salve Stênio! O sábio da modernidade!