Máquina de Reescrever





A
lguns atores junto com o secretário de cultura e que receberam o certificado do curso de interpretação para cinema que eu dei para a escolha do elenco para o filme Máquina de Reescrever

EM BUSCA DA INSPIRAÇÃO!

As poucas vezes que eu encontrei com o Hermínio (amigo, ator, roteirista e diretor), a nossa conversa foi mais ou menos assim:

Hermínio – Poxa, Shelmer! Adorei o Bordel de Véu!

Shelmer – Que bom que você gostou. Obrigado.

Hermínio – Esse texto é muito bom! É um puta exercício pra ator. E a história é muito surreal. Aqui em Sampa os caras vão pirar com esse texto! Eu quero montar! Mas você tem que estar no elenco.

Shelmer – Você sabe que eu já participei de duas montagens e não sei se tenho fôlego pra uma terceira. Mas você sabe também que eu admiro a sua arte e quero muito fazer um trabalho com você.

Hermínio – Pois então!... Vamos fazer esse trabalho! Eu quero fazer o Stiletto.

Shelmer – Se coincidirem as nossas datas, eu faço.

Hermínio – Sem porra de data! Vamos fazer e pronto!

Shelmer – Sem pressão, tá?

Hermínio – Não estou fazendo pressão, não. Vou começar a pensar na produção, ok? (Depois de um silêncio)– Pressão eu estou sentindo é com o roteiro que eu estou escrevendo.

Shelmer – O que foi?

Hermínio – Não passei da primeira página. Estou vazio. Sem inspiração.

Shelmer – Inspiração também se fabrica.

Hermínio – Que nada.

Shelmer – É verdade. Já experimentei. Aprendi com o Jarbas. Dá muito certo.

Hermínio – Mas como é isso?

Shelmer – Se está vazio de arte, você tem que se preencher de arte. Tira um tempo pra ouvir aquela música que te toca, aquele filme, ver alguma pintura, ler alguma poesia ou conto ou romance. Respire alguma arte que você adora e depois volte a escrever. Comigo sempre dá certo.

Hermínio – Será?

Numa outra conversa ele estava surpreso com o que aconteceu. Acho que ele ouviu a Bárbara, leu algum trecho de um livro que gosta e já contava que estava no meio do roteiro. E ainda todo empolgado pra continuar.

Eu também não sabia que criar um estado de inspiração fosse tão simples. Que é apenas uma mudança de sintonia. A verdade é que, na maioria das vezes, do simples se extrai o infinito.

Irmão! Depois a gente marca uma data pra montar esse trabalho, ok?! rs

NOTA!



Fotos de algumas preparações de cenas do filme Máquina de Reescrever.

DICA!


O TEATRO MÁGICO
está de Volta em BH!

Teatro Mágico + Alarido (Evento : Viramundo) Dj Gui Viramundo, VJ Cortéx

Dia 14/12/2007 - Horário: 22h
Local : Lapa Multshow , Rua Àlvares Maciel 312 , Sta Efigênia
Valor Ingresso : Antecipados R$20,00 até dia 01 de Dezembro - 2º Lote R$25,00 (estudantes)

NOTA ESPECIAL!


Acabei de receber esta matéria do jornal Diário do Aço de terça-feira, dia 30 de outubro, dia em que estamos entrando na reta final das gravações do filme Máquina de Reescrever. Achei legal postar esta matéria porque, além de valorizar os profissionais da região e ter fotos da cena, ainda destaca muito uma menina que eu estou lançando e que tem apenas oito anos de idade. Izabella é o nome da ferinha! Ela é o meu xodó (porque foi amor à primeira vista... rs) e também um poço de talento. Se a vida lhe der oportunidade, eu sei que essa menina vai longe. Que Deus abençoe o caminho dela. Beijos na alma!

PS: Recado para o neófitos em blogs. Para ampliar e ler a matéria, basta clicar em cima da foto.

NOTA ESPECIAL!


Fotos com o Zafir (filho do produtor do filme Máquina de Reescrever), Isabella (atriz loirinha que eu estou dirigindo no filme) e a mocinha que eu insisto em chamar de Princesa! (uma amiguinha sapeca!)

Atípica Oficina de Lúcidos

Estou voltando para o local que, no ano passado, me fez muito feliz por ter vivido alguns encontros e descobertas que misturaram o profissional com amizade e crescimento pessoal. Era para eu ministrar um curso para pessoas com poucas experiências no teatro, cinema e TV. Preferi então não me apegar muito na técnica de atuação e trabalhar com as experiências já vividas de cada um, relembrando o que eu já aprendi no psicodrama. Lá estava gente de todas as idades, pensamentos, buscas e descobertas. Até hoje foi o grupo mais heterogêneo que eu já tive. E já que todos foram muito sinceros e profundos em suas revelações, eu vou procurar não expor o nome da turma (Até mesmo porque eu ia ter que citar quase vinte nomes, para ser justo com todos).

Já no primeiro exercício eu me surpreendi com um homem que fez uma cena segurando uma passagem de avião. Logo depois fui saber que ele foi o único sobrevivente do vôo da Gol. Ele perdeu o avião e aquela passagem se tornou o símbolo do seu renascimento. Um rapaz fez a cena do suicídio de seu melhor amigo. Uma mulher fez uma cena de alguém que precisava passar sempre um tipo de pomada nas mãos, por quinze anos. Ela acreditava que se não passasse a pomada, suas mãos iriam sangrar. E, segundo ela, de fato sangravam. A cena foi justamente o momento em que ela havia se livrado desse fardo. Também teve um homem que buscava seu pai. Um ex-criminoso que se definia um novo homem para a sociedade. Ele mudou justamente para ser um melhor exemplo para o seu amado filho que acabara de nascer. Alguns jovens com crises de adolescente. Alguns senhores com formações rígidas. E todos dispostos a saltar.

Saltaram para dentro de um abismo azul. É lógico que a minha responsabilidade aumenta sempre que eu proponho um trabalho desses. Mas ali parecia que algo maior nos. Nos conduzia. E até a minha experiência podia ficar um pouco de lado para eu me tornar um atento espectador que somente aponta o melhor caminho de uma boa cena. E isso foi tão verdade que eu pedi a presença de um roteirista para escrever todas as cenas. Ambientamos tudo isso numa festa com pessoas bem diferentes e, sem que eles soubessem, o roteiro estava pronto. Um tipo de roteiro surrealista e super-realista. Aí foi só a produção encontrar as locações, figurinos e outros apetrechos. E lá estávamos nós. Filmando. Brincando com nossas próprias experiências e fazendo da vida uma manifestação da arte.

O filme me agrada muito, mas ele não seria o mesmo se não existisse essa história de entrega, confiança e carinho que todos depositaram em mim e nesse nosso momento. Isso é o que vale pra mim. Porque mais belo que o resultado final, tem que ser a caminho pra se chegar nele. O filme se chama Caleidoscópio. Agora eu estou voltando para a mesma cidade e provavelmente vou me encontrar com algumas dessas pessoas que citei aqui. Eu sei que ao nos olharmos, teremos esse curso como um filtro para nos harmonizar numa emoção que só nós conhecemos. Tomara que essa oficina tenha a entrega que teve a do ano passado. Os inscritos vão ganhar um curso mais técnico porque são profissionais com experiência artística. E que os Deuses da arte nos protejam!

NOTA!


Paulo Autran! Esse homem já pintou o sete no cinema e até na TV. Mas sua maior paixão era o teatro. Apesar de o teatro ser uma das artes mais efêmeras, quem teve a oportunidade de ver esse homem nos palcos, nunca mais se esquecerá. Então, que ele seja eterno na memória de todos.

OUTRA NOTA!

Recebi o convite de um projeto de que eu participei, do Ricardo (Cardim) do Grupo Carbonoquartoze de Cultura. É uma série de contos filmados e inspirados nas histórias dos livros de Olavo Romano. Vão ser exibidas algumas cenas dos filmes no Teatro da Biblioteca Pública Estadual às 20 horas do dia 22 de outubro de 2007.

Cardim! Você sabe que eu o considero um Dom Quixote dos tempos modernos. Só você mesmo pra fazer 35 curtas. Seu insano beleza! rs... Não poderei receber a homenagem, mas alguém irá me representar. Beijos na alma!

Apenas uma Lenda?

Um dia eu contei uma história para minha amiga Dani, e ela pediu para eu escrevê-la aqui: Era uma vez um menino que tinha como sina assinar o abstrato da arte em tudo que vivia. Com seus cinco anos de idade, seu avô, homem simples do Norte de Minas, fazia teatros de bonecos somente para ele. A sala era o teatro. O palco, uma caixa de sapatos sem fundo. Os atores, alguns bonecos com rostos expressivos e corpos molengos. As histórias, na maioria das vezes, eram de Guimarães Rosa.

Trechos de Grande Sertão, Sagarana, Corpo de Baile saltavam na frente desse menino através dos bonecos que tomavam forma de Riobaldo, Diadorim, Sarapalha, Francolim e Burrinho Pedrês. Tudo era lúdico, mágico e profundamente humano. Pena que esse espetáculo só existiu até o dia em que esse netinho fez seis anos de idade, porque logo depois o seu avô morreu. Os bonecos já não tinham a mesma graça, o mundo já não era tão mágico e a dor da perda se apresentou pela primeira vez naquele coraçãozinho desiludido.

Depois disso o tempo passou, esse menino cresceu e seguiu outros caminhos. Mas o estranho abstrato da arte sempre batia em sua porta em formato de amigos que o chamavam para interpretar num teatrinho amador, escola que o obrigava a representar personagens de livros e um grupo de teatro bem “Cara de Pau” com uma amiga e atriz que praticamente o levou amarrado para completar a trupe que posteriormente ganharia um festival de teatro amador.

Devido a tantas insistências do acaso e desconfiado de ser a vítima de uma sina, esse menino já crescido resolveu aceitar a arte que estava plantada pela semente do inexplicável e reapresentada pela figura do seu avô, que agia como aqueles atletas que correm, passam o bastão e gritam: Siga o seu caminho e salte todos os obstáculos. Mesmo que você caia, se levante! E quando se levantar, continue! E quando continuar, sinta, viva e desvende o seu destino até chegar na reta final de um novo começo.

Realmente é o que esse homem anda fazendo. Ele segue a vida contando histórias para ver na platéia aqueles momentos emocionados, alegres, vivos e humanos que seu avô um dia lhe apresentou. E me parece que essa pequena lenda é verdadeira, pois um dia esse homem se viu diante de uma caixa cheia de fotos e se deparou com uma fotografia antiga e sem negativo de seu avô fazendo uma despretensiosa apresentação de bonecos para um grupinho de crianças lá em Chapada do Norte.

Esse homem deixa uma lágrima cair de seu olhar bem em cima de uma informação que estava na foto e que marcaria aquele momento como a certeza da profecia. A data da fotografia é o mesmo mês e ano que ele nasceu. Aquela imagem, mesmo vinda de longe, representa a sua lembrança congelada e que nasceu junto com ele. Por isso, hoje, esse homem-menino carrega consigo essa foto como talismã para transformar perda em força, arte em vida e provar para os céticos que o acaso só existe se for na forma de uma sina.


Museu Casa Guimarães Rosa

NOTA!

O cigarro de fumaça impalpável e brasa colorida,
que se afunda a si mesmo num cinzeiro,
será um poeta?...

Guimarães Rosa

DICA!

CINEMA PARADISO

A história que eu escrevi acima me lembra muito o filme Cinema Paradiso. Esse filme nos permite acreditar que seguir os nossos corações e acreditar em nossos sonhos e paixões pode nos dar uma vida mais plena tanto no espírito como na matéria.

"A trama começa com o menino Totó, numa Itália abalada pela guerra. Órfão de pai, vivendo apenas sob a tutela da mãe, Totó é um amante da sétima arte. Nessas idas e vindas ao Cine Paradiso, Totó acaba, por vias tortas, tornando-se amigo do projecionista Alfredo e sacia seu desejo de poder assistir aos filmes da cabine de projeção. Alfredo por sua vez, além de artífice dos sonhos como projecionista do cinema, torna-se também um segundo pai para o menino. Procura orientá-lo e ensina os procedimentos do trabalho que exerce para o garoto. Há situações que fazem com que eles se tornem ainda mais próximos, como quando Totó ajuda Alfredo a aprender a ler e escrever ou ainda, quando o Paradiso pega fogo. O incêndio acaba fazendo com que Alfredo fique cego e, que Totó torne-se o novo projecionista do cinema local."

O resumo acima é do site:

www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=34

OUTRA DICA!


A banda ISOLDINA toca no Hard Rock Café
Dia 29/09 às 21h

R. Senador Milton Campos, 155 - Nova Lima - Belo Horizonte - MG
Tel: (31) 3011-9511

MAIS OUTRA DICA!


A minha amiga e cantora Carol Ghelli apresenta o programa:
SÓ NA SAPATILHA

Um programa pra quem quer saber um pouco mais sobre a história da Bossa Nova, Samba, Samba Rock e curtir músicas que vão lhe fazer sacudir!!!

Acessem: www.delaswebradio.com.br

Todo sábado às 15h.

O Maior Show da Minha Vida

Quem são Rolling Stones, U2 ou Teatro Mágico? A banda responsável pelo maior show da minha vida foi a ISOLDINA! Venho trabalhando com essa turma na direção de palco e preparação corporal, juntamente com a equipe da Val Tinoco (uma megaexperiente produtora musical), Carol Ghelli (cantora talentosa e fonoaudióloga dedicada), Rodrigo Fraga (com seus figurinos super criativos) e Fernando Pacheco (artista plástico que dispensa comentário). Mas não é por isso que idolatro esse show. Coloquei esse título porque faz muito tempo que não vejo uma energia tão contagiante vindo de uma banda como pude presenciar nesse dia primeiro de setembro. Tudo foi emocionante.

Mas para contar essa história, tenho que começar horas antes quando filmava e já estava atrasado para o show. Eu tinha combinando que ligaria para Val quando estivesse chegando a Sete Lagoas. Lá teria uma van para me levar para o local. Confiando nisso eu não peguei o endereço de nada. Só que foi aí que começou a complicação. A banda estava num paraíso chamado “Águas do Treme” (nome que vim saber só depois), onde não pega sinal de celular.

Perguntei para dez taxistas se eles sabiam de alguma coisa acontecendo por perto da cidade. Recebi sete “não!”, dois “sei lá!” e um “não sei não, sô!” Foi foda! Mas aí eu tive a brilhante idéia de encontrar uma lan house para entrar no site da empresa patrocinadora do evento. No site não tinha informação. Quando já caminhava cabisbaixo pensando o que ia fazer com as sete lagoas daquele interior, um bip despertou no meu celular. Uma mensagem: NÃO SAIA DAÍ! UMA VAN ACABA DE SAIR PRA TE PEGAR! Deus existe! Mas ainda eu estava ansioso porque já eram 21:20 e a banda já devia ter subido no palco.

Tomei um chopp escuro na rodoviária e busquei me distrair olhando para uma TV que transmitia sei lá o quê. Cada minuto parecia horas. Foi quando eu recebo uma ligação do Cesar (sócio da Val) que caminhando rápido pela rodoviária, me perguntava onde eu estava. Corremos para a van e no caminho tentamos nos distrair com assuntos de bastidores do mundo artístico. Mal chegamos lá e eu saltei em direção ao show. Uma recepcionista tentou me impedir, mas o Cesar voou na frente dela gritando: Ele é da ISOLDINA! Ele é da ISOLDINA!

Joguei a minha bolsa para a recepcionista enquanto me jogava no meio daquela energia contagiante. E era tão contagiante que em menos de vinte segundos já ouvia o Ramyan e o Ramaya (filhos do Marcos e da Zigma e também patrocinadores da banda) me agradecendo pelo meu trabalho. E em troca eu agradecia pelo valor que eles deram para a banda. Também veio a Val (um anjo em forma de gente) me dar um grande abraço, e quando assusto já estou abraçado com o André (vocalista da banda) que veio cantar do meu lado. Mais tarde veio também o Alex (compositor e o outro vocalista) para um cumprimento bem rock’n’roll e ainda pude ver o Marcelo (baixista) fazendo um sinal de positivo lá no palco.

Confesso que dancei, cantei, pulei, gritei e me emocionei com as oito músicas que ainda tive tempo de ouvir e principalmente com o fechamento do show ao som de "Somos assim". Que energia! O André alcançando notas tão altas que parecia chegar a outra galáxia. Alex cantando com a energia alquimista que transforma silêncio em ouro. O Marcelo adestrando seu contrabaixo para fazê-lo tocar sozinho. O Alexandre pisando na caixa de som para fazer a sua guitarra chorar. O Rafa com a emoção na flor da pele que dá choque na própria eletricidade musical e o prodígio menino Rudigo mostrando como se toca uma bateria como gente gigante!

Esse foi o primeiro show com a nova cara da banda. E pensar que tudo começou com uma turma de atrevidos que só tinham a pretensão de fazer músicas para eles ouvirem. Agora, eu espero que eles tenham a certeza de que, se o mundo não acabar amanhã, eles vão metralhar o ouvido desse planeta com um som pop-rock envolvente e inteligente. O primeiro CD com músicas próprias já vai sair em outubro. O site já está quase pronto. No fim do ano já tem show para mais de sete mil pessoas. A competência da Val e da sua equipe é infalível. A simplicidade e humildade desses músicos, com a graça de Deus, nunca será perdida. E o coração de todos nós que estamos envolvidos, batem o mesmo ritmo musical. É com muito orgulho que eu já me sinto membro mais que afetivo dessa família da pesada. E ela se chama ISOLDINA!!!!!!!!

ISOLDINA no show do dia 1/9 e bastidores no dia 2/9





NOTA!


A minha amiga Nienna e sua banda VORTICIS fizeram no dia 08/09 um grande show no "Festival Rock Nova Geração" no palco do "Lapa" e ganharam o direito, mais do que justo, de tocar em um grande evento que acontecerá ainda nesse ano.

Ni, tudo que você busca é ouvindo o seu coração. Por isso que você recebe de volta um sucesso sincero, duradouro e que vai sempre lhe completar. Eu acredito que esse é o sucesso verdadeiro. Parabénssssss!!!!! Foi super emocionante e obrigado por ter encharcado a minha camisa de tanto chorar. Encharque sempre as minhas camisas com choros de alegria! E depois me conta como foi a comemoração!
Beijos na alma

OUTRA NOTA!

Algumas vezes aparecem umas campanhas publicitárias bem inteligentes. Essa esteve nos outdoors somente com uma frase assim: "Na sua vida você é passageiro ou motorista?"

É preciso declarar que Stênio Garcia “não tem um pingo de Personalidade!”


Numa conversa com Stênio (ator de teatro, cinema e TV que atualmente está numa série chamada Carga Pesada), comentávamos sobre um programa no Canal Brasil que gravou uma homenagem sobre a sua vida. Falávamos, mais propriamente, sobre um momento em que ele se declarou um homem sem um pingo de personalidade. Eu sei que numa primeira lida isso causa um impacto até negativo. Mas depois que cai a ficha, a coisa muda.

Pelo menos comigo foi assim. Porque, horas depois, eu pude ver, claramente, um monte de americanos contando seus dólares e gritando: “Eita dinheirim que manda no mundo e é cheio de personalidade!” Homens-bomba com os dizeres nas camisas: “Deus nos deu personalidade!” E explodindo as torres gêmeas. Amigos, familiares e casais que se amam, mas que deixarão o tempo destruir esse sentimento porque são cheios de personalidades. Vejo também um funcionário preocupadíssimo em superar o outro, patrão ávido pra mostrar o seu poder, pessoas se "achando" por trabalharem numa grande empresa, outras querendo ser celebridades ou terem o carro do ano. Cansado de ver tanto desperdício de vida, tive vontade de me sentar no meio-fio, mas provavelmente ele ia gritar: “Ei! Sai de cima de mim porque eu sou um meio-fio repleto de personalidade!

Então, para me salvar, foquei a minha atenção no dono dessa reflexão. E foi quando eu vi o Stênio com a sua linda falta de personalidade, seguindo as palavras do seu coração sem ser torturado pela mágoa ou pelo orgulho. Ouvindo outras idéias e opiniões sem precisar provar que a sua é a melhor, errando sem culpa e acertando sem se tornar prisioneiro dos elogios. Perdoando e sendo perdoado como quem sabe se dar ou doar uma segunda chance. Até uma terceira se for importante. E ainda tendo a grande coragem de declarar a salvação do novo milênio ao dizer num programa de TV: EU SOU UM HOMEM SEM UM PINGO DE PERSONALIDADE!

Pena que a maioria das pessoas estava ocupadíssima lustrando aquilo que começa com P (e já até cansei de escrever aqui) e não conseguiu ouvi-lo. Enquanto isso, Stênio Garcia, esse Operário da Alma, traça o seu caminho. Caminha com a coragem de quem sabe viver, se desviando das bombas, orgulhos, vaidades, invejas, choros e injustiças para encontrar alguma coisa que tem muito mais valor pra sua existência. E, com certeza, ele segue pensado consigo mesmo: “Eu estou realmente de bem com a vida.” Salve Stênio! O sábio da modernidade!

NOTA!

"Tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se junta
tudo numa coisa só?"

O Show do Teatro Mágico foi maravilhoso! Sem palavras!

DICA!

MODO DE PREPARO
A trilogia meta-teatral de Lucianno Maza. (Passo 1)

Pelo que já vi, percebo claramente que é um trabalho que quebra e reforça uma utopia artística.

Um meta-teatro-poético-espetáculo. Um desabafo metodológico de um amigo e Operário da Alma. Vale a pena seguir essa trilogia.

Simone Spoladore no Modo de Preparo (Passo 1)

A primeira parte da trilogia será apresentada na MOLA
Mostra Livre das Artes (Rio de Janeiro)
Dia 18 de Outubro no Circo Voador

OUTRA DICA!


Pra quem gosta de Heavy Metal de qualidade e quiser ver a minha amiga Nienna em ação no vocal da sua banda VORTICIS, é só seguir o festival Gothika! Gothic Metal Fest que comemora seu segundo ano de vida.

Data: 2 de setembro (o festival começa às 14:00)
Local: Matriz - Rua Guajajaras 1353 - Terminal Turístico JK
Centro - Belo Horizonte/MG
Telefone: (31) 32126122

Ingressos: R$9,00 antecipado e R$10,00 no local

Vendas e Apoio:
Nightfall Records: (Acessórios, CDs e Camisas) – Galeria Praça 7
(31) 32019652
Bits Games: (Videogames & Filmes) – Rua Carijós 42, Sl 904

(31) 32719537
Power Slave - (CDs e Camisas) – Lj 57 - Galeria Praça 7

(31) 32128841

Ainda bem que existiu um Café Kahlua na minha vida.


Estava eu no meio de uma produção em plena tarde de uma quarta. Já havia recebido o mapa de luz do Elizer (iluminador), ia passar no teatro Marília e depois tinha que fazer uma série de tarefas que não me lembro mais. Quando dei por mim, estava passando na porta do Café Kahlua. Entrei. Sentei num daqueles sofás lá do fundo e pela primeira vez reparei naquele lugar. Já havia passado por lá uma outra vez. Mas foi pra fazer um lanche rápido junto com a Lorelei (minha ex-namorada e atriz) e voltar para o ensaio de "Ver ou não Ver" que acontecia no AMI. Naquela noite o Octaviano (diretor da peça) apareceu também, falamos alguma coisa das cenas e voltamos apressados para o ensaio. Ou seja: De corpo, mente e sentidos presentes, aquela era a primeira vez que eu estava no Café Kahlua.

Diante daquele cardápio de cafés mirabolantes com misturas exóticas, fiz o pedido de um café simples e um pão de queijo comum. Afinal eu tinha mil coisas pra fazer. Peguei uma matéria do Estadão pra ler e quando levanto a cabeça já vejo um músico afinando um violino em uma mesa, marionetes saindo de uma mala em outra mesa e as pessoas conversando como se estivessem em outro tempo e espaço. Fiquei me perguntando se não estava acontecendo algum festival na cidade. Mas não era nada. Passei um tempo observando aquele ritmo diferente como se ali fosse um pedacinho deslocado do mundo. E era! O violino começou a tocar, as marionetes ganhavam vida e algum sentimento bem agradável tomava conta de mim.

Só sei que eu fiquei naquele estabelecimento por um tempo infinitamente maior do que eu tinha programado e ouvi exatamente isso quando fui pagar a conta: “Então o seu pedido foi um café simples mas com os grãos tratados pelas belas e macias mãos das deusas do Olímpio e um pão de queijo comum mas sem deixar de ser estupendo e divino? Isso tudo por apenas tanto”. (Eu realamente ouvi isso quando fui pagar a conta!) Soltei uma gargalhada e paguei um valor que seria o mesmo da padaria da esquina. A vantagem é que ali eu acredito que foram grãos tratados por deusas e pão de queijo divino.

Sai de lá com a sensação que eu ficaria um bom tempo naquele ritmo lúdico, e por coincidência ou não, ainda pertinho do Kahlua, eu comecei a encontrar pessoas com grandes significados para minha vida. Meu amigo e saudoso Jarbas Medeiros. Poeta, filósofo, meu Mestre e cientista político. Falamos, como sempre, de assuntos diversos com um típico tom de brincadeira. Depois do Jarbas veio Wilmar Silva. Um artista das palavras. Um amigo que me convidou para ser o seu alter ego e rosnar as suas dezenas de poesias num especial de tv. Depois veio Wilma Henriques. Uma talentosa e veterana atriz por quem eu tenho uma total admiração. Jota D´Angelo. Diretor veterano que me disse palavras incentivadoras e inesquecíveis quando leu Bordel de Véu (meu primeiro texto montado).

Quando eu dei por mim, as horas tinham passado. Tive que adiar meus meus afazeres, mas percebi que tinha esquecido de um detalhe: Muitas vezes o ritmo da arte é outro. É um ritmo que nos cobra o olhar curioso. Um paladar sem pressa mas que pode queimar a língua. Um toque que faz sentir a temperatura das coisas e das pessoas. Um ouvir onírico pra fazer realidade fundir com sonhos. A persistência de buscar, buscar e buscar um silêncio que fala. Um encontro sem final. E isso é peleja! É bom, principalmente, quando cai suor da testa. Não dá pra ser um operário da arte sem colher a sua matéria prima que é a essência. Que é a alma.

NOTA!

GRANDE PERDA!
Dois grandes "Operários da Alma" morreram no finalzinho do mês passado. E eles são Bergman e Antonioni. Com um leve tom de exagero meu, morreram quase na mesma hora. E mais ainda. Quase de mãos dadas! Que pena que não foi assim. Pois assim daria um grande filme! Mas tomara que eles não descansem em paz para justamente continuarem nos inspirando de lá.

DICA!


TEATRO MÁGICO!
Finalmente o grupo musical "O Teatro Mágico" estará em Belo Horizonte! Os mineiros podem esperar por um show inesquecível, com muita emoção e energia contagiante! Quem acompanha esse grupo, conhece a força do seu repertório e o sucesso que essa banda independente vem fazendo pelo Brasil. "O Teatro Mágico" é um projeto multi-artístico que, à partir da música, reúne elementos do circo, do teatro e da poesia. É lógico que eu vou!!! E vocês?

Lapa Multshow
Rua Álvares Maciel, 312 - Santa Efigênia - Belo Horizonte - MG
Data: 25/08/2007
Horários: 21:00 (abertura da casa) / 23:00 (abertura do show)
Valores: R$ 20,00 (estudantes e an
tecipados) e R$ 40,00 (inteira)
Capacidade total: 1.500 pessoas
Tel: (31) 324
1-2074 / (31) 4062-7244

Vídeo do Teatro Mágico "O Anjo Mais Velho"

"O Anjo Mais Velho"